BAlelA - ARte e cULTurA A Culpa Não é do Avental, e, Sim do Machismo

A Culpa Não é do Avental, e, Sim do Machismo
Há alguns dias a participante do Programa Master Chef Júnior, Valentina, de doze anos, foi vítima de cyberbullying e de comentários maldosos, de cunho sexual, tanto na vida real como na virtual. Uma das frases que mais me chocou, foi esta em que um homem escreveu:
"A culpa é do avental, que exerce fetiche..."
Naquele mesmo instante pensei: vários estupradores colocam a culpa da violência na roupa da mulher, muitas vezes a saia curta. Porém a vestimenta não passa de uma desculpa que os agressores dão após cometer o crime.
No caso do avental, ele tem uma simbologia mística no sagrado feminino. Na Idade da Pedra, mulheres já vestiam uma roupa, feita com peles de animais, somente para cozinhar. No Antigo Egito, as cozinheiras colocavam uma peça, na frente, com figuras bordadas apenas para preparar os alimentos. Antes disto, um ritual sagrado era feito com este avental para que a comida não fosse contaminada com energia negativa. Na Idade Média, quando uma criança chorava, a mulher abrigava o menor debaixo de um grande avental, cujo final ficava muito próximo à barra da saia, pois o avental significava acolhimento. Daí veio a expressão: "chorar debaixo da saia da sua mãe".
O avental só teve a conotação de machismo e submissão no começo do século vinte, quando bordéis luxuosos começaram a mostrar danças sensuais onde bailarinas quase nuas, vestindo somente aventais, simulavam a execução de serviços domésticos de uma forma coreografada nos palcos.
Hoje, o avental é visto como uma peça que protege as roupas, e, como parte do uniforme de muitos profissionais.
Mulheres reais e personagens femininas costumam colocar aventais: Tia Anastácia, Dona Benta, apresentadora Ana Maria Braga, Palmirinha, Noviça Rebelde, etc.
O importante é que todas as mulheres, independente de suas roupas, devem ser respeitadas.
Inclusive pretendo fazer uma campanha, nas redes sociais, vestindo avental e dizendo:
"A culpa não é do avental, e, sim do machismo. "
Luciana do Rocio Mallon
 
 

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